segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O novo "el dourado"


Mais de 80% dos votos é esta a percentagem detida pelo MPLA (Movimento Popular Libertação de Angola) no escrutínio que se realizou na passada Sexta-feira e, imprevisivelmente, no Sábado. Obviamente que muitas dúvidas já foram colocadas sobre a honestidade desta votação, dada a disparidade entre o partido mais votado e o segundo mais votado e dado o atraso na abertura de algumas mesas de voto, bem como a extensão da votação para o dia seguinte. Creio que estaríamos a ser ingénuos se acreditássemos que tudo foi honesto, porque não podemos “fechar os olhos” à utilização abusiva do partido no poder dos “media” e de alguma intimidação realizada por militares ou representantes do partido. Um observador da U.E., Richard Howitt, afirmou inclusive: “Vi representantes do partido do poder não só à frente das assembleias, mas junto às mesas onde as pessoas estavam a votar

 Mas do que estávamos nos à espera? Um país situado num continente onde os exemplos democráticos são muito reduzidos, um país que foi colonizado durante anos “a fio” por um regime autoritário Salazarista, um país saído à 6 anos da guerra civil; talvez fosse mais sensato contentarmo-nos com este pequeno paço dado no bom sentido, do que pretendermos tudo desde já, mas chegarmos ao fim e não progredirmos.    

 Agora que o país está a avançar a todo o ritmo impulsionado pela alta dos preços do petróleo e que existe uma onda de optimismo no país e naqueles que lá trabalham (Portugueses, Brasileiros, Chineses, etc.) não seria desejável que mudanças existissem no poder, sobretudo mudanças tão abruptas. Muitos projectos e investimentos parariam caso o MPLA não vencesse as eleições, muitos dos acordos realizados entre Portugal e Angola voltariam a ser renegociados, enfim muito do bom trabalho que tem sido realizado nestes últimos 6 anos poderiam perder-se. Vários são os empresários que apostaram em Angola e sempre que regressam a Portugal falam com entusiasmo de tudo o que vêm: escolas, hospitais, estradas, portos, caminhos de ferro… As possibilidades de sucesso são gigantescas, ora não fosse Angola o maior produtor de petróleo de Angola, um dos maiores produtores mundiais de diamantes, um país com vastos territoreos férteis acompanhados de uma das maiores reservas mundiais de água, bem como um imenso país para desenvolver, ou não fosse Angola 14 vezes e meia maior do que Portugal, mas apenas com mais 1,5 milhões de habitantes.

Esperemos que Angola tenha entrado definitivamente em velocidade cruzeiro rumo ao progresso, para o seu bem como para o nosso bem!

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