quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Nem tudo é o que parece


Anda por aí umas palavras na boca do povo que estão, definitivamente, na moda. Até o mais desinteressado na actualidade nacional já ouviu falar de um tal de Magalhães e uma “coisa” denominada de “novas oportunidades”. Este partido socialista é fantástico em marketing e consegue vender, tudo aquilo que quer, demonstrando que esse produto e/ou programa governamental são bons para as pessoas e para Portugal. De facto, o Magalhães e o programa novas oportunidades apresentam-se como projectos do governo que impulsionarão o país para o progresso e riqueza, mas impõem-se uma retirada da euforia geral e parar para pensar.

 Vejamos o Magalhães. Um computador portátil que permitirá às crianças e adolescentes aprenderem de uma forma interactiva e mais eficaz e ao mesmo tempo promove o up-grading tecnológico que o país necessita através da atribuição da produção do computador a uma empresa portuguesa de Matosinhos. Promove-se ao mesmo tempo a exportação para países, recentemente, “conquistados” pela diplomacia económica promovida por José Sócrates equilibrando a Balança Comercial e atraindo mais investimento do mesmo tipo. Repare-se que até o nome, Magalhães, não é mais do que uma analogia, ao que se pretende do portátil português, isto é, a exportação para todo o mundo, tal como Fernão Magalhães pretendia circunavegar a Terra. Ora isto é maravilhoso, pois junta-se o útil ao agradável!

 E as Novas Oportunidades? Será que terão o mesmo sucesso? As intenções são muito boas e elogiáveis, contudo acho muito mal que estejamos a passar certificados em massa, apenas para melhorar a auto-estima das pessoas e as estatísticas das qualificações dos portugueses. Todos nós conhecemos exemplos, pois um amigo, um familiar ou um conhecido frequenta ou frequentou o programa, e pelas suas opiniões apercebemo-nos, rapidamente, que aquelas pessoas não possuem os conhecimentos necessários para deter um 9º ou 12º ano. Isto é triste, porque na vida como em tudo, mais tarde ou mais cedo, batemos na realidade; a realidade será que as entidades patronais deparando-se com pessoas que apenas foram rotuladas com diplomas do 9º e 12º ano, ver-se-ão obrigados a excluir estas pessoas do mercado de trabalho. Provavelmente, assistiremos a perguntas deste tipo: Tem o 12º ano feito em 12 anos ou em 1 ano?

 Em suma, medidas com estas orientações são necessárias e louváveis, mas é necessário que não passem de simples operações de cosmética para “inglês ver”. 

sábado, 11 de outubro de 2008

Amor entre iguais


 Nunca consegui perceber o incómodo das pessoas com questões associadas à esfera estritamente pessoal de cada um de nós, como é o caso da orientação sexual. Não compreendo as declarações de algumas pessoas criticando a democracia, por esta não referendar esta questão; sinceramente, como é que me poderei pronunciar favorável ou desfavoravelmente sobre uma lei que não interfere, absolutamente, em nada na minha esfera pessoal, mas sim na vida de outras pessoas? A questão é um tanto semelhante à do aborto, isto porque, também neste caso tratava-se de uma escolha da mulher (e do companheiro) em decidir ter ou não uma criança. Em ambos os casos, o facto de um indivíduo tomar uma ou outra decisão, não afecta em nada a minha vida ou os meus valores. Tendo em conta isto, não posso concordar com aqueles que criticam a democracia, só porque esta não referenda uma questão da estrita responsabilidade de cada um. Um referendo seria a porta para ódios e homofobias se libertarem e produzirem, aí sim, prejuízos à sociedade.

 Um dia, ouvi esta frase:”A minha liberdade termina assim que o meu braço esticado “roça” a face do outro”. É precisamente isso que está em causa, isto é, o facto de alguém decidir casar e fazer vida em conjunto afecta a minha liberdade? Pode afectar os valores da sociedade em que vivo, mas isso nem sequer implica a alteração dos meus próprios valores. Os valores gerais das sociedades são isso mesmo: um padrão ou generalidade, mas não são uma obrigatoriedade para ninguém!

 Quanto à adopção a questão é um pouco diferente. Ora neste caso, já não há apenas decisões tomadas em consciência e liberdade que afectam apenas, aqueles indivíduos, mas sim decisões que afectam outros (filhos adoptados). Na minha opinião, se existisse alguém que comprovasse que uma criança que é criada no seio de uma família de pais do mesmo sexo, não teria as mesmas tendências dos pais adoptivos, então o problema estaria quase dirimido. Não tenho dúvidas que duas pessoas do mesmo sexo poderiam dar tanto ou mais carinho e educação a uma criança, do que uns pais de sexos opostos, contudo a orientação sexual da criança poderá ser modificada. Se existir essa possibilidade, então a adopção deveria ser equacionada com muito cuidado.

 Um homossexual tem todo o direito a ser feliz e seguir a sua vida da forma que pretender, mesmo que isso implique casar, contudo não deve transmitir, ainda que involuntariamente, uma orientação sexual que em si nada tem de mal, mas que dessa forma seria anti-natural. Repare-se que quando digo “anti-natural”, não estou a dizer que os homossexuais são anormais, pois acredito que a homossexualidade tem muito de genético, mas se o ambiente familiar influencia-se essa orientação, então já não seria natural, mas o produto de uma vivência específica.  

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A verdade que ninguém quer assumir


 Pronto. Desta forma talvez compreendamos a razão das gasolineiras não baixarem os preços dos combustíveis tão rapidamente como os sobem. Se quisermos fazer pressão sobre as gasolineiras, a única forma de o demonstrarmos seria reduzindo o nosso consumo e não acusando-as de práticas, mais ou menos, ilegais que só seriam desmascaradas por mero acaso.

 Como é possível ver no gráfico, as rectas negativamente inclinadas (D) representam a nossa procura de combustíveis; a recta da procura que está mais inclinada representa uma situação, relativamente à menos inclinada, mais dependente dos combustíveis. Isso sucede-se, porque como é visível, se os aumentassem em média de 1,20€ para 1,30€ a redução no consumo seria maior na recta menos inclinada. Ora isto quer dizer que, se fossemos menos dependentes dos combustíveis estaríamos mais dispostos a reduzir o nosso consumo quando os preços sobem e dessa forma, obrigaríamos as petrolíferas a rever os preços com mais cuidado. Tudo o resto é conversa!

 Ah! Não se esqueçam que as petrolíferas querem ganhar dinheiro e não prestar um serviço público ao menor custo possível. Portanto se estão contra os aumentos dos preços dos combustíveis, não critiquem os gestores dessas companhias, mas sim as entidades que permitiram a liberalização do mercado.