domingo, 27 de julho de 2008

Diplomacia económica


Desde a chegada ao poder deste governo socialista que deparamo-nos com um alargamento da estratégia diplomática de Lisboa. Começa com Durão Barroso em Bruxelas que pode ser visto como um homem que consegue gerar consensos a nível internacional sem gerar ódios. Muitos defendiam a sua escolha por ser, precisamente, de um país de média dimensão na U.E., que já fazia parte da U.E. desde 1986 (nem era fundador nem o último a entrar) e em termos socio-económicos estava a meio dos 27; isto é não gerava inveja, a sua nomeação, sendo capaz de construir as pontes para que a U.E. avança-se. Depois temos o tratado de Lisboa, em que após intensas negociações se consegue um acordo e permite dar um novo rumo à Europa.

Ultimamente, temos visto José Sócrates num périplo pelo mundo a fim de abrir portas para as empresas portuguesas em vários países, como tem conseguido atrair investimento para Portugal. Veja-se a viagem a Angola, Brazil, Venezuela, Líbia e China. De facto o seu esforço não tem sido em vão, porque as nossas exportações para Angola aumentaram e são estas que sustentam o crescimento extra-UE das nossas exportações, na Venezuela conseguimos acordos comerciais para exportação de vários produtos e serviços, na Líbia abrimos as portas à Galp para diversificar as suas fontes de energia e a empresas de construção cívil que podem fazer parte do vasto programa de obras públicas lançadas por Kadafi. No Brazil mais uma vez permitiu-se que a diversificação de fontes de petróleo proseguisse como ainda se captam investimentos para Portugal da maior importância, veja-se o caso da Embrier.

Apesar de estes esforços diplomáticos se realizarem com países que deixam muito a desejar em termos democráticos, o que está aqui em causa são negócios e a possibilidade das nossas empresas prosperar. Trata-se de um pragmatismo ao estilo de Oliveira Salazar durante a II Guerra Mundial, a fim de poder vender para os dois lados da guerra, mas com isso sair a ganhar. Não estou preocupado se o meu país faz elogios a José Eduardo dos Santos ou não, pois se estes países querem progredir, e através de contactos diplomáticos as nossas empresas podem-nos ajudar a progredir, então porque não continuar?

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