sábado, 12 de julho de 2008

Debate da nação



Na quinta-feira, 10 Julho de 2008, o país assistiu ao debate da nação. Houve de tudo, desde deputados sem “tento na língua”, ministros em situações desconfortáveis por terem ido à casa de banho, uma nova bancada do PSD que se esforçou por não ser populista até a um partido comunista que continua a pedir o paraíso na terra. Seria cómico, se não fosse grave!
O Dr. Francisco Louça pessoa que muito admiro em termos académicos, sobretudo após uma conferência que deu na Faculdade Economia do Porto, de facto excede-se nos termos. Aqueles que mais acerrimamente defenderam a democracia são, também, aqueles que menos a respeitam; o Dr. Francisco Louça insiste em ofender o bom-nome de terceiros através de insinuações e/ou conspirações sem que tenha provas daquilo que diz. Recorde-se de Jorge Coelho aquando da ida para a Mota Engil, da presunção de João Proença (sindicalista da UGT) estava a ser conivente com o governo e que portanto era um mau sindicalista e, agora, indirectamente denomina os dirigentes da Galp de ladrões. Enxovalhar terceiros na praça pública não devia ser feito por ninguém, muito menos por um representante do povo e por nós eleito.
O PSD mudou de liderança, mas desde logo cometeu um erro brutal. Ser contra todas as obras públicas, sem conhecer os “dossiers”; depois viu que tal facto, não era coerente e já não colocava o problema ao nível das obras públicas, mas sim dos estudos e análises custo-benefício; mais tarde, a Dr. Manuela Ferreira Leite apercebe-se que todas as obras para obterem o apoio da U.E. com fundos comunitários têm que estar consubstanciados com análises custo-benefício, logo o problema, agora é o modo de financiamento. Não sei o que vai na cabeça dos dirigentes do PSD, mas o período de carência de 5 anos parece-me normal, pois devemos começar a pagar um projecto apenas quando ele começar a produzir os seus efeitos, sendo algo semelhante a iniciar o reembolso de um empréstimo apenas quando uma fábrica ou empreendimento turístico iniciam a laboração. Quanto aos anos, ao longo dos quais vamos pagar esses “empréstimos” (tratam-se de parcerias público privadas, onde o estado ajuda os privados na construção de algo que será depois explorado por privados, tendo o estado de desembolsar uma “renda” pois são projectos que dão prejuízos durante vários anos) parece-me benéfico que sejam pagos ao longo dos anos de duração dos investimentos, ou seja, se uma barragem for viável durante 60 anos então ela deverá ser paga ao longo de 60 anos. Isto sucede-se para que exista equidade inter-geracional, caso contrário se pagássemos tudo em 10 anos, as gerações futuras beneficiariam de um investimento sem terem contribuído para ele e vice-versa.
Quanto ao PCP a história é sempre a mesma; bota-a-baixo, isto é, o governo propôs uma taxa de 25% para tributar os lucros extraordinários das refinarias pela valorização extraordinária das suas reservas de petróleo, e o PCP disse logo que devia ser de 50%. Dissesse o governo 50% e teríamos o PCP a pedir 75% ou mesmo 100%. É a sua história e triste sina.

Sem comentários: