terça-feira, 28 de julho de 2009

Professores => Coitadinhos



Já ouviram falar da “Exploração do proletário pelo proletário”? Eu diria que em Portugal passa-se um pouco disto e nós permanecemos impávidos e serenos.
Todas as classes profissionais têm o direito a defender os seus interesses, mas será legitimo que prejudiquem todos os outros em benefício próprio?
Por razões históricas e quiçá culturais, os funcionários públicos beneficiam de um conjunto de privilégios com que os outros portugueses apenas podem sonhar. Seria admissível que as remunerações fossem, em média, superiores dada o nível de habilitações superiores que graça no sector público, porventura muitas das benesses que foram surgindo são um insulto ao esforço e trabalho de todos os portugueses. Não acho admissível que possuam, cumulativamente, um trabalho garantido para todas a vida, sistema de saúde mais favorável (ADSE), horários de trabalho mais leves, remunerações mais elevadas, períodos superiores de férias, etc.
Não me digam que somos nós que estamos nivelados por baixo, pois se a maioria das empresas nacionais vacila com um aumento do IVA de 1 ponto percentual, imaginem aumentarem as contribuições para um sub-sistema de saúde, pagarem-nos 30 dias de férias e trabalharmos 7 horas… não duvido que algumas aguentassem, mas a maioria fecharia no primeiro mês.
Como chegamos até aqui? Chegamos a este ponto, por um lado, graças a um conjunto alargado de governos que cedeu ao instinto de abrir vagas para a administração pública com o único fim de ganhar votos; por outro lado, graças aos irresponsáveis sindicatos nacionais que se aproveitaram da miopia económica dos portugueses para pedir tudo e mais alguma coisa.
Durante esta década, praticamente, todas as greves de que me lembro pertenceram as classes profissionais ligadas à administração pública. Porque será que as classes profissionais ligadas ao sector privado não entram em greve? Será que estão todos bem e felizes da vida? Respondendo honestamente, muitos teriam razões para protestar mas sabiam que não estavam em condições de o fazer.
Os professores constituem uma situação, a meu ver, grotesca de roubalheira ao povo português. Esta classe profissional constitui 38% do total dos funcionários públicos e não quer esta avaliação porque, esta avaliação coloca quotas à progressão na carreira. Claro que não está em causa a burocracia, mas sim a impossibilidade de ganharem ainda mais ao fim do mês. Um professor em Portugal no fim da carreira é aquele que, em termos comparativos, mais ganha na União Europeia…falamos de 2100 euros líquidos!!!
Já pensaram no que fazem os professores durante estes 3 meses de paragem nas escolas? Corrigem testes? Vigiam exames? E dizem eles que estão apinhados de trabalho.
O poder corporativo desta classe é de tal forma elevado que conseguem ganhar mais do que os enfermeiros, por exemplo. Como é possível que estes trabalhando à noite, lidando com pessoas que enfrentam a morte, não possuam uns meses de “abrandamento da actividade” e se deparam com situações muito funestas, ganhem na maior parte da sua carreira menos que um professor?
Os portugueses têm de mostrar aos partidos políticos que estão fartos de demagogia e cheios de serem roubados em benefício de quem ganha mais do que eles.

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