domingo, 16 de novembro de 2008

Porque não se cala?


Agora começo a perceber a razão do silêncio de Manuela Ferreira Leite, após a sua eleição para secretária-geral do PSD. Pelos vistos sempre que a Dr. Manuela Ferreira Leite discursa, temos ou uma grande parvoíce ou um grande nó cego para todos nós. Então não é que a, teoricamente, candidata a primeiro-ministro de Portugal pensa que não devem ser os jornalistas a escolher as notícias que vêm a público. Não é surpresa para ninguém que alguns membros do PSD sempre mostraram algum desconforto com os valores de “Abril”, mas daí até divulgarem-no em público! Sinceramente, penso que o que a Dr. Manuela pretendia dizer seria algo do género: “A imprensa dá muito mais relevo às notícias e propaganda do governo, do que às ideias e críticas da oposição”. Mas até isto seria ridículo, porque a imprensa não é um sector de estado e que deva ser controlado por órgãos públicos ou privados, pois fossem esses órgãos quais fossem, existiria uma oportunidade para os mais diversos “lobbies” interferirem nesta profissão tão nobre (para promoverem interesses de proveito público duvidoso) e impossibilitando que jornalistas divulgassem as notícias quer do governo quer da oposição, sem constrangimentos. Como é que é possível que a Dr. Manuela Ferreira Leite não se recorde da censura na imprensa! Porque não perguntar à Dr. Manuela Ferreira Leite, o que é que ela acha de em vez de serem os cidadãos a votar e, por essa via, eleger os membros da Assembleia, do Governo e o Presidente da República, passarem a ser os militares (ao velho estilo Sul Americano).

 A senhora já tem uma idade e como tal, alguns dos seus valores entram em linha de choque com valores mais recentes. Repare-se que esta senhora dá-se ao luxo de exclamar esta frase inacreditável:”A família tem como objectivo a procriação”. A senhora até pode pensar isso, mas dizê-lo é outra coisa. A dada altura, ao ouvir estas palavras, tenho uma sensação de ser um objecto ou um simples animal. Esta mania de determinar caminhos ou tendências a um povo, já não se usa, porque as pessoas sabem muito bem aquilo que é melhor para elas.

 Um líder tem que governar para todos, não julgando uns em detrimento de outros, porque todos são cidadãos do mesmo país, pagam todos os mesmos impostos, logo porque é que uns são penalizados por crenças individuais que em nada afectam a liberdade dos outros, em troca de um prazer mesquinho na defesa de um nome (o casamento) de uma instituição que, simplesmente, traduz a união entre duas pessoas que se amam. Porquê que duas pessoas que se amem não podem fazer vida a dois como um casal e ter os direitos de um casal casado? Porque razão duas pessoas do mesmo sexo que constroem uma casa em comum, após o falecimento de um membro, a casa não passa para o outro que a ajudou a construir, mas sim para um membro da família do falecido?

 O preconceito conduz à injustiça!

 

P.S.: Nicolae Ceausescu presidente comunista da Roménia a partir 1967, impôs como um objectivo imprescindível da sua governação, o aumento do nº de nascimentos por cada mulher; resultado: incapacidade para alimentar uma população em crescimento, opressão e, como acontece aos ditadores, morto a tiro em 1989. 

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