No post anterior (Offshores – parte 1) indicamos a razão de existência dos Offshores, bem como os malefícios associados a esses “paraísos fiscais”. Agora pretendo que compreendam, porque razão estas regiões/países, que são uma verdadeira aberração fiscal, dificilmente desaparecerão. Para chegarmos a esse ponto, teremos de perceber uma teoria microeconómica associada à “Teoria dos Jogos”. Dentro desta “Teoria dos Jogos” existe uma sub-teoria em particular, interessante para analisarmos o comportamento desviante dos paraísos fiscais, denominada: “O dilema dos prisioneiros”.
Vejamos em que consiste este “Dilema dos Prisioneiros”.

Este quadro sistematiza o funcionamento do jogo. Existem dois jogadores ou “players” que podem tomar duas decisões, isto é, podem escolher em cooperar e não cooperar (ou ser egoísta). As escolhas que os jogadores (Europa e Resto do mundo) tomam variam em função da escolha um do outro, ou seja, as decisões são interdependentes. Outra característica importante prende-se com o conhecimento que o 1º jogador possui, relativamente, aos ganhos associados à sua decisão e, possível decisão que o segundo jogador poderá tomar após a escolha do primeiro jogador; a isto dá-se o nome de conjecturas e não confundam com conjunturas. Vejamos como funcionava neste caso específico:
Então se analisarmos as conjecturas que os dois jogadores formam um do outro, verificamos que só existe uma escolha de equilíbrio, isto é, uma escolha que não incentiva a tomar comportamentos desviantes. Essa escolha é serem ambos egoístas.
Claro que o resultado depende dos ganhos que cada jogador obtém em cada jogada. Analisando cada valor em concreto, percebemos que em termos lógicos não estão muito desfasados da realidade. Note-se que, quando ambos cooperam, por exemplo, em combater a fraude e fuga fiscal, ambos ganham 100; se um não cooperar, quando o outro coopera, então aquele que decidiu tomar propostas contra a corrupção, perderá rendimentos de impostos e capitais para o país que decidiu “não cooperar”, por isso é que para além de não ganhar nada, ainda perde e o outro ganha ainda mais. Quando ambos não cooperam, então nenhum sairá beneficiado, pois na realidade reduzindo ao mínimo as taxas de imposto em cada região, com o intuito de captar os fluxos de capital da outra região, as receitas reduzir-se-ão ao mínimo; seria como um jogo para ver quem dava mais ou, por outro lado, quem cobra menos.
Mas se analisarmos o quadro, concluímos que existia uma escolha onde ambos saíam com mais ganho. Se ambos cooperassem, obteriam um ganho conjunto de 100 (Óptimo de Paretto), contudo como os agentes são egoístas e dificilmente controláveis, preferem tomar comportamentos desviantes, até porque sabem que os Estados sociais estão obrigados perante o povo a prestar serviços públicos que os obrigam a cobrar mais impostos.
Desta forma, se percebe que os Offshores dificilmente extinguir-se-ão!
Nota: O nome “Dilema dos Prisioneiros” resulta da história de dois presos se encontrarem num interrogatório em salas distintas, a fim de descobrirem um crime. Se ambos cooperassem com a polícia, teriam a pena reduzida a metade. Se um coopera-se e outro não, então aquele que cooperou sairia em liberdade, enquanto o outro cumpriria a “pena” toda. Se ambos não cooperarem, ficam a “pena” toda na prisão. O resultado final é idêntico ao anterior, sendo por esse motivo que a máfia cria uma “segunda verdade” entre os seus membros, para que se forem apanhados vários membros da organização, nunca divulguem os segredos escondidos.
Vejamos em que consiste este “Dilema dos Prisioneiros”.

Este quadro sistematiza o funcionamento do jogo. Existem dois jogadores ou “players” que podem tomar duas decisões, isto é, podem escolher em cooperar e não cooperar (ou ser egoísta). As escolhas que os jogadores (Europa e Resto do mundo) tomam variam em função da escolha um do outro, ou seja, as decisões são interdependentes. Outra característica importante prende-se com o conhecimento que o 1º jogador possui, relativamente, aos ganhos associados à sua decisão e, possível decisão que o segundo jogador poderá tomar após a escolha do primeiro jogador; a isto dá-se o nome de conjecturas e não confundam com conjunturas. Vejamos como funcionava neste caso específico:
- Quando a Europa escolhe “Cooperar”, sabe à partida que o Resto do Mundo escolherá “Egoísta”, porque isso possibilita-lhe um ganho de 300> 100;
- Quando a Europa escolhe “Egoísta”, sabe que o Resto do Mundo escolherá ser egoísta, porque 0> -100;
- Quando o Resto do Mundo escolhe “Cooperar”, sabe que a Europa escolherá “Egoísta”, porque 100 <300;
- Quando o Resto do Mundo escolhe “Egoísta”, sabe que a Europa escolherá “Egoísta”, porque 0> -100;
Então se analisarmos as conjecturas que os dois jogadores formam um do outro, verificamos que só existe uma escolha de equilíbrio, isto é, uma escolha que não incentiva a tomar comportamentos desviantes. Essa escolha é serem ambos egoístas.
Claro que o resultado depende dos ganhos que cada jogador obtém em cada jogada. Analisando cada valor em concreto, percebemos que em termos lógicos não estão muito desfasados da realidade. Note-se que, quando ambos cooperam, por exemplo, em combater a fraude e fuga fiscal, ambos ganham 100; se um não cooperar, quando o outro coopera, então aquele que decidiu tomar propostas contra a corrupção, perderá rendimentos de impostos e capitais para o país que decidiu “não cooperar”, por isso é que para além de não ganhar nada, ainda perde e o outro ganha ainda mais. Quando ambos não cooperam, então nenhum sairá beneficiado, pois na realidade reduzindo ao mínimo as taxas de imposto em cada região, com o intuito de captar os fluxos de capital da outra região, as receitas reduzir-se-ão ao mínimo; seria como um jogo para ver quem dava mais ou, por outro lado, quem cobra menos.
Mas se analisarmos o quadro, concluímos que existia uma escolha onde ambos saíam com mais ganho. Se ambos cooperassem, obteriam um ganho conjunto de 100 (Óptimo de Paretto), contudo como os agentes são egoístas e dificilmente controláveis, preferem tomar comportamentos desviantes, até porque sabem que os Estados sociais estão obrigados perante o povo a prestar serviços públicos que os obrigam a cobrar mais impostos.
Desta forma, se percebe que os Offshores dificilmente extinguir-se-ão!
Nota: O nome “Dilema dos Prisioneiros” resulta da história de dois presos se encontrarem num interrogatório em salas distintas, a fim de descobrirem um crime. Se ambos cooperassem com a polícia, teriam a pena reduzida a metade. Se um coopera-se e outro não, então aquele que cooperou sairia em liberdade, enquanto o outro cumpriria a “pena” toda. Se ambos não cooperarem, ficam a “pena” toda na prisão. O resultado final é idêntico ao anterior, sendo por esse motivo que a máfia cria uma “segunda verdade” entre os seus membros, para que se forem apanhados vários membros da organização, nunca divulguem os segredos escondidos.
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