sábado, 3 de janeiro de 2009

Uma arma letal


Em post´s anteriores já referi a minha opinião sobre a actuação da Rússia em questões internacionais e, à altura, afirmei que esta Rússia lembrava o que de pior existia na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O controlo estatal das televisões nacionais, os assassinatos a jornalistas, a falência forçada de companhias nacionais (caso da Yukos) e, agora, a hostilização de países vizinhos através da guerra convencional (caso da intervenção na Ossétia do Sul e incursão até à cidade de Gori, já na Geórgia) ou através dos recursos energéticos (caso da Ucrânia e países Bálticos).
Esta nova forma de fazer valer os interesses através do petróleo e gás natural tornou-se uma arma letal para qualquer opositor, dependente directamente da Rússia, nestes recursos. É o que acontece à Europa de Leste, França, Inglaterra e, em menor grua, aos demais países que diversificaram as suas fontes como Portugal, através da Argélia.
É do conhecimento geral que a Rússia e a Ucrânia não morrem de amores uma pela outra, sobretudo após a ascensão de Viktor Iutschenko na Ucrânia, um político pró-europeu e entusiasta da NATO. Certamente terão as suas razões para pretender aderir à NATO, pois tanto a Geórgia como a Ucrânia caso fizessem parte da NATO, não poderiam ser invadidas por outro país, sob pena de todos os outros elementos da NATO correrem em seu auxílio. Ora entende-se a preocupação da Rússia…
Assim se entende que Iutschenko tenha sido “quase” assassinado por uma dioxina que foi colocada na sua alimentação e que lhe provocou aquelas marcas na cara. Da mesma forma se compreende que a GAZPROM (companhia petrolífera russa) queira impor o preço de 418 dólares por mil metros cúbicos de gás natural para a Ucrânia. A GAZPROM já confirmou que o caso é político e não de mercado, pelo que o objectivo é claro: destabilizar internamente a Ucrânia e retirar Iutschenko do poder ou fazê-lo temer o poder russo e dessa forma, torná-lo submisso.
A Ucrânia afirma que não pagará 418 dólares, mas está disposta a pagar 250, contudo a posição russa é clara: ou pagam ou ficam sem gás! Consequência? Grande parte do gás russo para os restantes países europeus passa pela Ucrânia e esta já confirmou que roubou gás natural que ia para os demais países europeus.
Se esta situação não se resolver podemos ter um caso sério para resolver, pois a Ucrânia quer um preço acessível às suas posses, os outros países europeus querem gás natural a qualquer preço, a Rússia necessita de vender esse gás e os gasodutos passam pela Ucrânia!

1 comentário:

O Conspirador disse...

eu julgo que neste caso a Ucrânia joga também com a sua posição estratégica, é sabido que a situação económica deste país não é a melhor.
A crise financeira atingiu fortemente a banca Ucraniana e consequentemente criou dificuldades na obtenção de crédito internacional.
A Ucrânia necessita actualmente de dinheiro, como quem tem fome necessita de pão para a boca.
Na minha opinião tanto a Rússia como a Ucrânia tentam pressionar a Europa.